Tribalistas X Namorados

O texto do Jabor "Ser ou não ser de ninguém" causou muitas controvérsias entre os leitores do meu singelo bloguinho, uns se dizem da geração tribalista e defendem o fato de não ser de ninguém e outros, entrelaçados com outra pessoa, liberam um sorriso de felicidade por dividirem as delícias (e dissabores) de um amor.
Pois bem, respeito, e muito, meus amigos tribalistas, mas no atual estado de espírito no qual me encontro, adoro comer o bolo. E a cereja? eu coloco no martini, que bebo a noite depois que chego em casa, após um dia de trabalho, e sento à mesa por alguns instantes me atualizando de como foi o dia do meu bem, momento no qual rimos das coisas da vida e compartilhamos nossos sucessos e frustrações, sim, frustrações, todos temos, e quem melhor pra nos ouvir e nos dar um colo do que a pessoa que amamos, a mesma pessoa que um dia nos fez chorar, nos falous palavras ruins, nos julgou, nos fez repensar e questionar nosso amor. Ah, então o amor nos faz mal? Faz sim, as vezes faz e por isso amar é somente para quem tem coragem, para quem tem sensibilidade, para quem consegue perdoar. Para quem se julga aventureiro e amante da liberdade, corajoso, autêntico e associa isso tudo à "geração tribalista" pode se enganar, pois para namorar é preciso ter tudo isso e muito mais, para amar é preciso ser bem mais que isso. Amar e ser amado é uma das maiores aventuras que existe, num namoro saudável existem contradições, desentendimentos e também existem diálogos e reconciliações, hummmm, reconciliações são tão gostosas, parece que tudo recomeça, o jeito de beijar, de tocar, de acariciar, de fazer amor, o romantismo que toma conta das almas e aí, após o amor gostoso, prometem ser pessoas melhores e... isso acontece, por pouco tempo, por muito tempo, e de novo alguns desentendimentos... e de novo a reconciliação. Por isso que é preciso ter coragem para amar, pois no primeiro problema muitos desistem e pensam que não vai dar certo porque são duas pessoas diferentes, etc. Então saem pelo mundo querendo fazer parte dos tribalistas, beijam várias bocas, se apaixonam por minutos, esquecem o nome da pessoa pelo qual estão apaixonados, voltam pra casa e começam a lembrar do chocolate quente embaixo do edredom em um dia frio, do roçar dos pés ao acordar, do cafuné, do beijo no cangote, das mãos dadas na sala de cinema, das risadas no meio na noite, das lágrimas de emoção após uma declaração de amor e depois de lembrarem de tantas coisas gostosas... desejam ter alguém para amar de verdade.

O amanhã colorido

"Olha a luz que brilha de manhã
Saiba quanto tempo estive aqui
Esperando pra te ver sorrir
Pra poder seguir

Lembre que hoje vai ter pôr do Sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra!

Não desista de quem desistiu
Do amor que move tudo aqui
Jogue bola, cante uma canção
Aperte a minha mão

Quebre o pé, descubra um ideal
Saiba que é preciso amar você
Não esqueça que estarei aqui
E corra, corra!

Azul, vermelho
Pelo espelho
A vida vai passar
E o tempo está no pensamento

Olha a luz que brilha de manhã
Saiba quanto tempo estive aqui
Esperando pra te ver sorrir
Pra poder seguir

Lembre que hoje vai ter pôr do Sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra!

Azul, vermelho
Pelo espelho
A vida vai passar
E o tempo está no pensamento"

O amanhã colorido - Cidadão quem
Composição:
Duca Leindecker

Ser ou não ser de ninguém

"Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: "... eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também..."
No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?
Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber e está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc. Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram.
"Ficar" também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada.
Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos.
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO... Seres humanos são anjos de uma asa só, para voar têm que se unir ao outro"

(Arnaldo Jabor)

Mais leve, mais doce

- Oi, tudo bem?
- Tudo, e contigo?
- Tô bem, mas com o rosto inchado, ontem chorei tanto, mas foi bom para aliviar o peito. Resolvi (emos) nos dar uma segunda chance, estou retomando meu namoro.
- Eu concordo e acho certo a chance. Desejo que dê certo dessa vez, que teu amor perceba que é bom te ter por perto e que realmente te cuide. Acho que percebeu sabe... Pois te cuidar é permitir que tu vivas, como tu realmente é, sem privações. É da tua natureza isso, nao tem amor que mude. Tu é solta, gosta de viver, de se aventurar, de curtir e só precisas de alguém que te ame e te acompanhe na mesma intensidade. Eu penso assim, com respeito acima de tudo. Amor não deve existir para mudar ninguém não e sim para ser doado, compartilhado. É essa estranha mania que temos, das posses, sabes? Nos colocamos no direito de achar que só porque amamos e damos amor, nos entregamos, exigimos muito da outra pessoa em troca, na minha concepção, aí está o erro. Não que eu esteja livre de errar, mas atualmente, amor é troca, sem exigências, assim fica mais leve, mais doce.

Stranger

Hello stranger!
Carinho - carência - olfato - desejo - libido - tesão - volúpia - cumplicidade - paladar - prazer - sexo - ápice - sensações.
Bye stranger!

Super Joss

Imagine você numa entrevista de emprego e o recrutador pede para escrever uma redação, tema livre, escrever o que quiser... O que você escreveria?
Acredito que o melhor da vida é ser honesto e original, ser o que se é, abaixo transcrevo partes da minha redação:

A embaixada dos bibliotecários de Porto Alegre
Apelido carinhoso que recebeu a minha casa, aliás, nossa casa, minha e do meu grande amigo e colega de profissão que divide o lar comigo. Nossa casa está sempre bem frequentada por colegas de profissão, uns vem nos visitar, outros para eventos da área ou para entrevistas de emprego ou mesmo para morar uns dias enquanto procuram algo definitivo. Esse fluxo é muito válido pois trocamos muitas experiências profissionais e nos divertimos bastante. Fico feliz de ter entrado para a faculdade em uma época de mudanças, na qual pessoas novas e criativas passaram a interessar-se pelo curso. Hoje no meu trabalho agrego coisas que há 20 ou 30 anos atrás não faziam parte da minha profissão, trabalho com marketing, projetos sociais, seleção de pessoal, entre outras coisas. Enfim, a embaixada dos bibliotecários de Porto Alegre e a minha profissão ajudaram a me tornar a "Super Joss"

Depois disso assinei e coloquei um:
P.S. O termo Super Joss explico no próximo capítulo.

Te quero bem!

Te quero bem, meu bem! E como não querer bem quem, por tanto tempo, foi bálsamo para minhas feridas, foi beijo de bom dia e abraço de boa noite, foi extensão do meu sorriso, foi parceria de longas conversas, enfim, foi meu porto. Te quero bem, te quero forte, te quero além de onde os outros te dizem que podes ir, te quero doce, te quero firme nas batalhas diárias, te quero paciente quando as coisas parecerem estar dando errado, te quero agindo de forma justa com quem merece justiça, te quero com a mão estendida à quem precisa de ti, te quero com atitude e sem medo de ir atrás do teus ideais, te quero com vontade de crescer, de evoluir constantemente, te quero com capacidade de perdoar quem parece não merecer perdão, te quero imune à energias negativas, te quero sorridente e com sonhos realizados, te quero com respeito à toda e qualquer pessoa que cruze teu caminho. Te quero ver feliz no singular, pra que um dia possas somar tua felicidade com alguém e ser feliz no plural, assim como, dizes, foste feliz comigo.

Carta para Raul

Meu velho amigo Raul te escrevo em um final de noite - início de manhã - em que meu maior desejo era estar acompanhada de duas coisas: tu e uma taça de vinho. Precisava, além da alma presente, te ter aqui. Precisava te contar sobre meu dia, sobre o turbilhão de coisas que varre minha mente e o meu coração, turbilhão esse que só tu, com tuas honestas palavras, poderia acalmar. Tu, meu amigo, que apesar de parecer essa "metamorfose ambulante", consegue ser calmo e sensato sempre com teus perturbados amigos. Te queria fisicamente por perto hoje, só por alguns instantes para bater no meu ombro, olhar nos meus olhos e dizer que acredita em mim e tem orgulho da pessoa que me tornei. Tu, Raul, que apesar de também ter um turbilhão dentro de ti, consegue amenizar turbilhões alheios.

Meu amigo Pedro

Johnny era um cara legal, boa pinta, engraçado, inteligente, como diriam algumas sogras por aí: "um bom partido". Pedro era um cara no mesmo estilo, talvez fosse um pouco mais agitado que Johnny, mas no final das contas eles se davam bem e se completavam. Pedro sabia que precisava de Johnny para ouví-lo e dar um abraço nos momentos tristes. Johhny sabia que precisava de Pedro para rir das suas piadas, muitas vezes, sem graça e dar risada das coisas engraçadas da vida e, entre outras tantas coisas mais, ambos sabiam que precisavam um do outro para ajudar a povoar a solidão que, vez por outra, cada um sentia. Numa tarde amena de outono Pedro ouve a voz agitada de Johnny em sua porta: - Desce, tô te esperando lá embaixo, vamos dar uma volta. - Como assim Johnny? Onde nós vamos? Johnny ri baixinho e saí pelo corredor gritando que estará esperando pelo amigo e que ele tem 5 minutos pra entrar no carro. Tempo depois lá estava Pedro querendo saber se tinha acontecido algo, fazendo mil perguntas. - Relaxa, a gente só vai dar uma volta e ver como está a noite da nossa cidade maravilhosa. Foram em um bar, depois em outro, depois caminharam, depois voltaram para o carro, conversaram, ficaram quietos, ouviram música. Johhny deixou Pedro em casa e cantarolou baixinho enquanto dirigia... "Pedro onde cê vai eu também vou... Mas tudo acaba onde começou..."

Nossos pais

Psicólogos acreditam que todos o aspecto de nossa vida, todos os pensamentos e padrões de comportamento são resultados diretos de nossa relação com nossos pais. Que toda relação que temos é só uma outra versão daquela primeira relação. Somos nós tentando várias vezes acertar. [Ser pai/mãe] é o trabalho mais importante do mundo, deveria precisar de licença pra exercê-lo, mas a maioria não passaria nem no exame teórico.
(Adaptado de: Grey´s Anatomy 19º episódio/6ª temporada)

Eu apenas queria

Eu apenas queria que você soubesse
Composição: Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

O som do coração

Para ler ao som de Across the universe - Jim Sturgess

Ela debruçou-se na janela do seu quarto, acendeu um cigarro, mirou a lua, linda, era noite de lua cheia, refletiu durante os quase 4 minutos em que a música tocava, nos últimos acontecimentos, na decisão, na despedida, nos momentos que, daqui pra frente, ficarão só na lembrança, naquele lugar do coração onde as coisas ficam arquivadas. E as coisas ruins? Essas vão direto para os arquivos deletados, afinal o bom da vida é lembrar dos momentos de alegria, das risada, da cumplicidade, aqueles momentos no qual o tempo poderia parar. Recomeçar com o coração limpo é o melhor dos recomeços, torna a estrada mais cheia de flores, flores? - Lembra daquela viagem na primavera com a estrada cheia de flores por quase todo caminho?. Por um momento ela sorri, seu sorriso mais sincero, e lembra desse dia, dessa noite. A música acaba e começa a tocar outra, aquela, daquela vez que estavam em algum lugar, fazendo algo que eternizaria o momento.