Abraço amigo

Noite passada sonhei com meus amigos... Parecia tão real, fecho os olhos e ainda consigo sentir a presença deles, como se estivessem todos bem perto.
No sonho estavam todos, os que moram longe, os que moram perto, os que vejo quase todo dia, os que vejo talvez uma vez por ano, os que reencontrei, os que reconquistei, os que não se dão bem com outros, os que pedi perdão, e os que perdoei.
Com alguns caminhei em um parque tranquilamente, colocando o papo em dia, outros fui correndo ao encontro e os abracei forte, outros encontrei em uma festa e dançamos (não consigo lembrar a música), com outros sentamos na grama - do parque - e ficamos rindo de nossas lembranças, com outros caminhamos até um bar - que era bem longe - pra comprar cerveja.
Estavam todos felizes, mesmo assim acordei com uma sensação boa e ao mesmo tempo com o coração apertado... Acho que lembrei da minha amiga Elis... Queria ter estado por perto ontem pra dar-lhe um abraço amigo...

Ser feliz

Acredita-se que pensar positivo leva a uma vida mais feliz e saudável. Quando crianças, nos dizem para sorrirmos, sermos alegres e mostrar um rosto feliz. Quando adultos, nos dizem para olhar pelo lado bom. Para fazermos limonadas e vermos os copos quase cheios. As vezes, a realidade pode tentar nos imperdir de ficarmos alegres. Maridos falham, namorados podem trair, amigos podem te deixar na mão. É nesses momentos, quando quer torná-los reais, largar os joguinhos e ser verdadeiro. Pergunte as pessoas o que querem da vida, a resposta é simples: ser feliz. Talvez seja essa expectativa, querer ser feliz, que nos impede de sermos felizes. Talvez quanto mais tentamos ficar em estado de alegria, mais confusos ficamos. Até não nos reconhecermos mais. Ao invés disso, continuamos sorrindo, tentando ser as pessoas felizes que queríamos ser. Até que cai a ficha, sempre esteve lá, não nos nossos sonhos e esperanças, mas no conhecido, o confortável, o familiar.
Grey's Anatomy T6.E22

O céu do interior

Definitivamente não sou uma pessoa que poderia morar no interior, casinha rústica, cavalos e cheiro de mato só se for para um final de semana romântico ou para visitar pessoas que gosto. Sou urbana, sou barulho de buzina, sou comida degustada (engolida) de pé em um buteco qualquer, sou fila de banco, sou trânsito parado, sou bares lotados numa noite de segunda-feira, sou supermercado aberto 24 horas, sou telentrega de pizza, sou internet wirelles, sou hot dog da carrocinha da esquina, sou escada rolante, sou shopping center, sou cinema com sessão pós 22h. Mas admito, uma das coisas mais lindas desse mundo é, no interior, deitar na grama e olhar para um céu estrelado, uma taça de vinho e o pensamento em um alguém que a gente ama!

Viu?!

- Porque algumas pessoas nos desapontam? Não importa o quanto você já tenha feito por elas...
- Por isso eu tento não precisar de ninguém!
- Me ensina a ser assim?
- És uma das pessoas mais inteligentes e sinceras que conheço, nunca vais aprender a ser assim.
- Então vamos sair, curtir a vida!
- Viu?!

Osvaldo da repartição

Osvaldo trabalhava naquele lugar há 6 anos e nunca tinha parado para pensar nos seus colegas, ele viu várias pessoas entrando, várias saindo, de algumas até esquecera o rosto, então, naquela sexta-feira de sol houve uma festa de despedida para uma colega sua que estava indo embora da empresa e após ela sair acenando com lágrimas, ele sentou no banco que tem na área de lazer e pensou nas outras pessoas que tinham ido embora, não que ele sinta saudades, até sentiu algumas vezes, mas no dia em que seus dois colegas de setor foram embora ao mesmo tempo, ele criou uma certa barreira, passou a não sentir mais saudade dos que partiam e nem se apegava muito aos novos que chegavam. Olhou para o lado e viu seus colegas que ficaram, acenando para a colega que partira, começou a analisar casa um deles, primeiro olhou para o moreno com cabelos cacheados, rapaz novo, talvez 22 anos, casado há 2, estuda pela manhã e trabalha tarde e noite, ele o viu comentando uma vez que a coisa que mais gosta de fazer é ir ao cinema, é fanático por filmes de vampiros, então sempre que tem um novo no cinema, ele combina com a esposa de assistir, é um cara quieto que houve pagode o dia inteiro no seu computador; olhou depois para o menino da recepção, sempre que chega Osvaldo o cumprimenta, as vezez ele sorri um bom dia, as vezes murmura um bom dia baixinho, um menino de 19 anos - Osvaldo lembrou do seu último aniversário - que gosta do que faz aparentemente, mas é meio perdido, vive a fazer planos, mas não vai atrás de nenhum, um menino comum, pensou consigo; ao lado dele estava outro menino, de mesma idade, colega de setor do rapaz que gosta de cinema, esse menino, ao contrário do menino da recepção, está quase sempre de cara amarrada, gosta muito de ouvir conversas alheias e levá-las adiante, é uma pessoa falsa, uns dizem que é por causa da idade, mas Osvaldo com essa idade já trabalhava e era um conceituado aluno de graduação, idade só é justificativa de atos falhos para uma criança com menos de 10 anos; atrás estava o chefe do setor dos meninos, um cara legal até, mas daqueles que se acha dono da verdade, é fácil lidar com ele, é atencioso, ouve os colegas, mas não queira discordar dele, ele defende até a morte o que pensa e não adianta insistir, só abre mão da sua opinião quando um superior consegue mostrar que está errado, fora isso é um trabalhador honesto e muito eficiente. Osvaldo foi analisando um por um dos seus colegas e no final chegou a conclusão que precisava mudar de emprego, não por causa dos colegas, mas porque não se sentia mais motivado como antes, precisava de novos desafios, desafios que o fizessem crescer, que o fizessem ter medo, que o perturbassem, algo bem diferente de sentar num banco e analisar seus colegas de trabalho.