Era um início de noite quente, assim como o dia havia sido muito quente, no trabalho gotas de suor escorriam do meu rosto e só pensava em chegar em casa, tomar um banho bem demorado, comer algo leve, ler mais algumas páginas no livro que me esperava na cabeceira da cama e depois dormir um sono longo e sereno.
Mas um telefonema quase antes de ir embora muda totalmente o dia (a noite) de alguém.
- Passa aqui para me pegar assim que sair do trabalho?
- Onde vamos?
- Aproveitar um pouco as loucuras da vida.
E quando ia dizer que o dia tinha sido cansativo desligou o telefone. Adoro uma surpresa, não tinha outra opção, a curiosidade e a certeza que algo muito especial me esperava fez dos últimos minutos de trabalho uma eternidade, parecia que o tempo estava 5 vezes mais lento.
Dirigi até sua casa e ao chegar no portão mal me deu oi, colocou sua mochila no banco traseiro e pediu que guiasse o carro até a saída da cidade sem perguntar nada. Ligou o som, colocou um de seus CDs preferidos e foi cantando numa alegria que podia contagiar o ser humano mais triste do mundo, cantei também, isso é mania nossa, na estrada cantar e cantar até perder a voz.
Depois de dirigir por quase uma hora na estrada de asfalto, entramos em uma rua estreita, chão vermelho, terra seca, que fazia o carro andar lento e trepidando nas pequenas valas formadas pela falta de chuva.
Insisti em saber onde estávamos indo, mas com um gesto do dedo indicador na ponta do nariz exigiu silêncio, mandou que parasse o carro e o resto do caminho faríamos a pé, pegou a mochila, vendou meus olhos e me guiou pelo meio de árvores, comecei a ouvir um forte barulho de água, mas não fiz mais perguntas, me deixei levar. Paramos! Pediu que eu esperasse um pouco e uns 5 minutos depois ordenou que abrisse os olhos.
Não acreditei no que via, uma cachoeira de uns 3 metros de altura, iluminada pela lua branca que brilhava no céu, deixando ainda mais clara a água límpida e convidativa à um mergulho. Do lado, na grama, uma toalha, uma garrafa de champagne, morangos, chocolate e meu amor com um sorriso tão cativante que a única reação que tive foi sentar ao seu lado e, entre meus braços, dar um dos beijos mais doces que a lua poderia presenciar.
Abri a garrafa de champagne, brindamos ao nosso encontro e à lua que era testemunha do nosso amor. Deixou algumas gotas da bebida cairem sobre meu corpo e com o morango foi percorrendo um caminho traçado até meus lábios, o sabor da fruta misturado ao gosto de sua boca causava uma sensação gostosa de querer beijar-lhe cada vez mais e nos entregamos ao encanto do momento e a tudo mais que a noite poderia nos proporcionar.
Adormecemos e só acreditei que aquilo tudo não tinha sido um sonho quando acordei com o sol batendo no meu rosto e sua respiração lenta no meu ouvido.
2 pessoa(s) comentando:
Lindo texto moça, lindo!
Ta dinâmico, com palavras fortes, do jeitinho q eu gosto!
Adorei, muito mesmo!
Bjs
Cadê ... ???
Só canta e não escreve Moça?
Bjs
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