Era um sábado aparentemente como outros sábados, mas estava em casa e resolvi dar uma volta, saindo no portão pensei em passar na lan house p/ ver meus recados, e-mails, conversar com amigos, etc. A tarde era de sol e acho que a maioria das pessoas estava passeando por aí, resolvi então entrar num chat, tenho um certo receio de conversas em chats porque a maioria das pessoas fica falando besteiras. Como de fato, alguém com um nome estranho me chamou para um papo já com a proposta de um encontro com um casal, falei que não tinha interesse, e já ia sair quando alguém com um nome bem mais interessante me chama perguntando se estou a fim de bater um papo legal, ainda tinha uns minutos e aceitei, o papo era mesmo muito interessante, paguei mais um tempo na lan e começamos a conversar pelo msn, quase na hora de ir embora recebo outra proposta “vamos nos encontrar?” é muito estranho isso pra mim, mas pensei que deveria aceitar o convite e 2 horas depois estávamos conversando num banco do hall de entrada de um prédio. A conversa durou quase 3 horas e tive que ir porque tinha combinado de encontrar uns amigos p/ sair, mas ficaria ali conversando por mais muito tempo.
Quase 13h de domingo meu celular toca, “quem sabe a gente podia se ver hoje”, por um minuto o telefone fica mudo, quando consigo raciocinar digo que sim, que ligo mais tarde pra combinar. A opção escolhida foi um filme na minha casa, era estranho porque nos conhecíamos há um dia apenas, mas parecia que já tínhamos muita intimidade, mais tarde ouvi que isso podia ser coisa de vidas passadas.
Me senti muito adolescente, de um lado da cama olhando para a TV sem falar muita coisa, quando abria a boca falava de coisas que não tinham nada a ver com o momento, ouvimos algumas músicas, falamos de gostos musicais e pequenas coisas sobre relacionamentos passados e quando ia abrir a boca pra perguntar se estava tudo bem recebi um dos beijos mais doces que se possa imaginar, a maneira como agarrou meu cabelo, como passou a mão pelo meu rosto pareciam gestos de alguém que me conhecia há tempos e sabia do que eu gostava.
Voltamos a ouvir música, dessa vez sem olhar p/ TV porque tudo que eu via quando abria meus olhos era seu rosto sereno e envolvente.
Como era nosso segundo encontro achamos melhor que as coisas não fossem mais além, cada vez mais me surpreendia com a intimidade que tínhamos mesmo nos conhecendo tão pouco.
Continuamos nos beijando e não consegui resistir quando ouvi aquela voz suave no meu ouvido cantalorando “with or whithout you, i can´t live...” num inglês irresistivelmente perfeito. Me entreguei de corpo e alma a tudo que eu podia ter naquela noite e acabei tendo muito mais do que esperava.
Outras músicas cantadas ao pé do ouvido, outras declarações, outras carícias, tudo tão encantadoramente acontecendo que parecia um sonho.
Nos conhecemos há alguns dias apenas, mas o jeito como sorri p/ mim, a intensidade como me toma em seus braços, a maneira como ajeita meu cabelo, o estilo carente quando encaixa perfeitamente a cabeça no meu ombro e dorme tranqüilamente, a simplicidade quando diz que meus olhos são lindos, a suavidade das suas mãos quando me toca, o tom de voz sereno quando canta baixinho p/ mim, o ar debochado quando me chama de intelectual, o olhar de afeto quando faço cara feia, o olhar sério quando sente ciúme bobo de algumas pessoas que falo as vezes, o carinho que me manda mensagens no celular, a magnitude como parece me conhecer tão bem, e, acima de tudo a cumplicidade em aceitar meu jeito se ser e de pensar em relação à certas coisas, mesmo que seja completamente diferente do seu. Tudo isso e mais um monte de outras pequenas coisas me levam a acreditar que realmente uma nova etapa se inicia, mais rápido do que eu esperava.
With or whithout you
quinta-feira, 4 de outubro de 2007 | Postado por Lua às 16:31
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1 pessoa(s) comentando:
Sobre o texto, então ...tão belo, singelo e apaixonado, assim como a alma de quem escreveu.
Acertei?
Bjs
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